...os três primeiros, entre Ratas, Bois e Tigres.
De três em três, publicaremos nas próximas Newsletter informações sobre os 12 animais emblemáticos. Lembrando que como trouxemos recentemente, falar sobre eles, dentro da perspectiva da Medicina e Astrologia Chinesa é falar sobre as dimensões psíquicas do nosso ser, sobre qualidades, virtudes, desafios e mais.
Rata
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Um pequeno grão no Universo
Corisco na sombra. Prenúncio da luz...
antes sabia, bem antes sabia
Que o primeiro seria, sempre que quisesse
(Quase sempre o queria).
Primeiro ponto de elegância
Primeira ponta de esperança
De que a adaptativa criatividade
Possa ser constante guia.
Nascer das sombras, renascer das cinzas.
É no centro da escuridão
que a luz do sol começa a brotar.
A iluminar, a iluminar como pequenino mestre
ainda e sempre criança,
que adentra o reino do Céu,
que entra na casa do Eterno
e faz da ternura um fio farto de fé,
No que foi, no que será, no que é.
A Rata dentre os animais emblemáticos é considerada a guardiã das sombras, regendo o horário de 23h às 1h, move-se na noite. Sua natureza é do elemento Água, uma água Yang ainda que a Rata em si seja Yin.
Mover-se nas sombras, guardar a sombra e reger a sombra quer dizer que a nível psíquico ela está muito ligada ao inconsciente e também, que traz consigo um movimento e uma necessidade constante de escolha. Tanto as escolhas cotidianas, mas em alguns pontos da vida a Rata depara-se com escolhas kármicas, essas que definem caminhos e em seu caso definem se caminha por luz ou sombra.
Os tempos de infância e construção de identidade são muitíssimo importantes e preciosos quando falamos desse animal emblemático, as referências que recebe e que constrói são fundamentais para que ela tenha recursos sadios de escolha e de relação consigo e com os outros/as/es.
O órgão que harmoniza e que auxilia a Rata em seus caminhos e escolhas é a Vesícula Biliar, essa mesma que coordena a energia do corpo no horário de 23h às 1h. Esse órgão, que em realidade é uma entranha extraordinária rege nossas decisões e escolhas, rege a decisão assertiva de cada instante, essa que também sustenta as grandes decisões pontuais.
A Vesícula Biliar é considerada ainda um órgão ligado à capacidade de previsão, de ver antes, de saber o que será e essa é uma habilidade das Ratas. Uma visão aguçada do que será, bem como daquilo que elas querem que seja e nesse sentido elas têm muitos recursos para chegar onde querem, não importa o tempo que demore. E às vezes também não importam como chegarão.
A Rata é o primeiro dos 12 animais, por essa razão guarda consigo a sabedoria da sobrevivência. Saber sobreviver é com elas. Sempre têm recursos, possibilidades, alternativas e muitos planos, A, B, C, D, F, M O, X…
Saber sobreviver em sua faceta virtuosa é sobreviver com os outros, outras, outres. Quando em desarmonia, é sobreviver sobre outros, outras e outres. A força de sobrevivência da Rata pode oferecer ensinamentos múltiplos, ou pode ser um ponto de opressão, voltado somente para a própria necessidade e o próprio desejo.
Além da sabedoria de sobrevivência, por morar na Àgua e por ser a primeira ela também está muito conectada à identidade de cada ser, no fim das contas ela nos recorda que sobreviver é também resguardar e manter nossa identidade. É dela que brotará força de vontade, vitalidade e recursos para a vida.
Um último detalhe sobre as Ratas é que estão sempre a mexer com as mãos, suas mãos podem ser de produzir beleza ou de posse. Lidar com os apegos, as posses e os controles é um dos desafios incluídos nessas escolhas cotidianas.
O Boi
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Nascido do tempo, buraco negro da eternidade
É terno o olhar.
Eterno em seu constante fazer
Trabalho da noite que faz nascer o dia.
Persevera, persevera
E verás como brota a fé da fantasia
No nariz do palhaço
Que faz rir o dia
Diamante lapidado no tempo
Que a fé seja um alento possível
Para a longa estrada.
O Boi carrega em suas costas a tenacidade, a perseverança e a constância. Rege o horário entre 1h e 3h, o mesmo horário em que rege o Fígado. O Fígado é o órgão que traz harmonia ao Boi, por lhe trazer dinamismo, movimento e fluidez.
Por sua própria natureza o Boi é de Terra Yin e pode-se dizer que ele é mesmo da terra, ela lhe faz bem. Estar perto da terra, tocá-la, cuidar dela, se relacionar com ela acalma a intensidade de trabalho mental que em geral o Boi faz. Soltar-se da prisão de sua mente é um de seus desafios constantes, soltar-se do excesso de pensamentos e conseguir fazer de seus pensamentos movimentos e fluidez. De outro modo eles podem se estancar.
Pensamentos estancados tornam-se obsessivos, repetitivos e perdem a grande capacidade que os pensamentos trazem de renovar, reelaborar, refletir.
Falar do Boi é também falar de um animal emblemático que carrega consigo a força do atemporal, o Boi em si mesmo vive em todos os tempos simultaneamente. É um animal tão grande, tão vasto energeticamente que não tem limites, nem temporais. Parecem carregar em seus olhos a força do antigo e cultivam por isso as tradições, sabem que o presente tem raiz em outro lugar e o cultivam. Sabem também que o presente gerará flores em outro lugar e o cultivam.
Além disso, são Animais Emblemáticos, lembrando que essas referências dizem sempre respeito ao nosso mundo psíquico, com grande capacidade de aguentar, aguentar e aguentar. Aguentam tanto, ouvem tanto, fazem tanto que em algum momento podem explodir, seja pela enorme frustração ou pela enorme raiva. Cuidar desses sentimentos, não engolir o indigesto, não cultivar a mágoa e o rancor são seus trabalhos cotidianos, nos quais quem também os auxilia é o Fígado. O dente de leão é uma de suas plantas parceiras.
O quanto antes aprender a rir de si mesmo e da possibilidade de que ele também possa errar, melhor.
Tigre
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Transforma movimento quietude
Precises o movimento
Que o Universo te precisa.
Certeira flecha que aguarda o tempo do mover
Que aguarda em serena espera o tempo de ser
Ser prece, ser preciosa presença.
Da quietude brota ação
Se a perfeição é a busca
Não apresse
Luz em demasia ofusca.
Acalma.
Há calma quando o céu faz-se presente
Quando o mover segue o sopro do vento
Que traz o hálito de Deus, Zambi, Oludumare, Tupã.
E dança na boca do tempo
De espera e movimento.
E anuncia a manhã
Com os primeiros raios do dia.
Nas patas do Tigre caminha a autonomia, ela que precede a liberdade. Ele que se guia por espaços infinitos tem natureza Madeira Yang, expansivo como ela, que sabe que brotou da quietude, que sabe que a primavera vem depois do inverno.
É ali, na quietude, que brota todo movimento. Isso o Tigre aprende com o Pulmão, esse órgão que rege o horário de 3h às 5h, o mesmo horário regido pelo animal. No Pulmão ele colhe a força da respiração, sua aliada para cultivar a paciência e cultivar a paciência é sua necessidade. Por ter pensamento e movimento muito ágil, pode converter-se em impaciente com o processo dos outros seres.
É também no cultivo da paciência que recolhe uma de suas maiores virtudes, a precisão. O movimento, a fala, o gesto do Tigre há de ser preciso. A imprecisão do tigre é como de uma planta que brota antes do tempo, no meio do inverno, momento em que não cairá chuva do céu para sustentar seu crescimento. Saber esperar, esperar e agir.
O Tigre é o animal do salto e não da corrida de 10Km, já não é a perseverança ou a constância do Boi que o regem, mas o ímpeto de um instante, o movimento exato, a sabedoria de guardar energia e usá-la com exatidão. A sabedoria no fim das contas de orquestrar a energia, primeiramente a sua. A alquimia interior é o trabalho cotidiano do Tigre.
Ele também é o senhor dos espaços e precisa ter o seu bem resguardado, espaço de ser. Para isso saber dos limites e das necessidades, ter consciência de si para não invadir espaços e também para não ter o seu constantemente violado.
Com sua força primaveril o Tigre é um Animal emblemático de muito dinamismo, que traz a força do inesperado, do que renova e do que purifica. Uma energia de purificação e de proteção, com olhos aguçados que vêm além do concreto e material, na escuridão ele é dos únicos que vê, pois vê as intenções. Seu horário está na passagem da noite para o dia, o instante em que começamos a nos preparar para a claridade, para sair do escuro, para receber o dia.
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