Chegado o mês de setembro, em breve nos trará o equinócio de primavera. Ponto fundamental que marca o retorno da luz e faz emergir o sopro da terra (e nós aqui ainda discutindo o marco temporal).
Na Medicina Oriental a Primavera é associada ao sopro da Madeira, força que vem do leste e traz a vitalidade do sol nascente, assim como o Vento.
No nosso organismo associa-se ao Fígado, Vesícula, músculos, tendões, olhos...
... e sua capacidade de ver os mundos. O que foi, o que é, o que será. E atuar de acordo, em corresponsabilidade com o que fomos, somos, seremos.
No primaveril, o novo (re)brota no campo, a chuva molha a terra, lhe devolve o fecundo e faz aparecer o diverso. Nas flores, frutos, folhas, árvores, ‘ervas daninhas’ que não danam a nada, mas dão em fartura. A força que recebemos é de um comprometimento radical com a diversidade, na terra, campos, pessoas, peixes, insetos, flores...
...nas culturas, gêneros, sexualidades, etnias...
De algum modo, a primavera nos oferece um manifesto de diversidade e anti-monocultura, seja qual for: de soja, eucalipto, cana, vaca, barata, café, ideias
, girassol, forma de ser, estar, habitar.
Um manifesto pró diversidade de plantas, pontes, pensamentos, sentimentos, afetos, que nos convoca, com toda a força da vida que brota, a desconfiarmos dos locais (interiores e exteriores) nos quais a diversidade não é acolhida e o pensamento ou sentimento hegemônico desgasta o solo e o faz infértil, sucumbe suas águas, expulsa seus bichos.
Dentro da diversidade tudo se comunica, seja pelas raízes, pássaros ou ventos. As gameleiras, jatobás, o capim nagô, macela, xanana, etc. Tudo se retroalimenta e se sustenta com uma quantidade e qualidade de recursos inimaginável aos seres que embebem-se de uma só perspectiva e creem que a rede é de um ponto só.
Que o diverso brote, cresça, floresça, frutifique...pois há muitas mãos, bicos, ventos que o semearam nos campos antes, estão a semear agora e seguirão semeando. A terra é boa... nascerá!
Que o diverso brote, cresça, floresça, frutifique...pois há muitas mãos, bicos, ventos que o semearam nos campos antes, estão a semear agora e seguirão semeando. A terra é boa... nascerá!
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